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Arquivo de outubro 2011
Desgosto
29/10/11
O sol se punha de vagar
neste outubro à primavera.
O homem lavava a calçada
espalhando a água a esfregar.
A água refletindo o sol,
uma poça que brilha;
passam carros, bicicletas…
O caminho do tempo,
a vida em movimento.
O vento deixa um alento:
a brisa que sopra o meu rosto
alivia no fim da tarde o desgosto.
Estou, não sou!
25/10/11
Sou o homem atravessando a rua.
Estou, não sou!
Sou a planta que nasce no tronco da árvore.
Estou, não sou!
Sou o menino que perdeu a bola.
Estou, não sou!
Sou o sol que se põe pela tarde.
Estou, não sou!
Sou um pássaro perdido sem ninho.
Estou, não sou!
Sou o homem que cresceu, mas ainda é um menino.
Estou, não sou!
Sou a coragem que me abandona.
Estou, não sou!
Sou em tudo e a todos!
Estou, não sou!
O impossível é possível!
25/10/11
O impossível é possível!
Ou não estaríamos aqui neste planeta.
O homem cria e recria todos os dias,
quem nunca errou não é humano!
O imperdoável é persistir no erro
como cair e não querer se levantar.
Somos como formigas errantes,
erramos, erramos e acertamos
em busca do alimento para o ninho,
mas o homem erra sabendo que está errado.
Esta incoerência agride a existência,
muitos diriam que é o instinto.
O instinto zela pela sobrevivência,
como o instinto de um pássaro
que mesmo sem quem o ensinar,
abrindo suas asas alça voo para o ar.
Gira, gira mundo
23/10/11
Gira, gira mundo,
e leva tu comigo.
Dai-me pra mim um abrigo
de quem nas letras se esconde.
Faz de mim consciente das minhas fraquezas;
não quero pra mim só certezas…
Quero pra mim a dúvida de quem abre um presente,
assim…de repente.
O amor ao longe
21/10/11
O amor ao longe
antes que a distância
alcance,
se faz fina tranca.
Eu entendo quem se
entorpece,
como o silêncio de uma
prece,
o embriagar de um
tédio,
por quem de amor
não se toca;
se acha mulher séria
e não dá nada em troca.
A vida palpita
17/10/11
O guindaste se ergue até o céu,
os pombos estão por toda parte.
A cidade anuncia que há vida,
que dorme e acorda todo dia,
consomem, se alimentam.
Rostos alegres, tristes, apressados,
a vida palpita no mundo;
muitos nascem, muitos morrem.
Na cidade por toda parte circula que há vida,
a natureza interage com tudo,
tudo está unido, tudo se liga.
E assim caminha o meu ser
dependente em tudo aos outros;
o meu ser ama a humanidade,
que muitas vezes é desumana.
Os homens têm a mesma essência,
então por que desconhecer
aquele que não tem valor no parecer?
Seu dom está naquilo que luta e ama,
o sobreviver na vida
do fôlego que ao nascer tanto queima.
Outubro
14/10/11
O ônibus avança, as pessoas em silêncio…
em outubro sinto a ânsia de querer viver,
subir numa árvore, na praia correr,
ver e mexer cores, atravessar um rio a nado.
Fazer diferença neste mundo
e descobrir o obvio que nasce em cada dia,
o renovar da vida, o giro no espaço
na letra viva numa explosão de alegria,
daquelas que não se esquece, lá no fundo.
Quando o povo se revolta
14/10/11
Quando o povo se revolta
Há uma voz que se solta
Um mar de folhas de hissopo
Que inundam a praia num sopro
Cheia de corruptos escondidos
Na areia da praia encrustados
Comprados pelos corruptores
Agentes e no País atores
Desde o tempo do império
Sonegando e comprando
A mente distorcida nos valores
Desconhecendo o povo sério
Que agora dar-se conta
Essa coisa arraigada no dia-a-dia
Influindo no País a economia
Como o estralar na cara a tapa
Desde o simples cotidiano
Até os mais altos palácios
Percorrendo o caminho
Até chegar a Brasília nos pátios.
Reticências
10/10/11
Sou apenas um ponto no meu País,
Um ponto no planeta terra,
Um ponto na galáxia,
E no universo sou apenas reticências…
Ciranda
07/10/11
Uma menina ao redor da fila no banco,
seu mundo é uma brincadeira,
o banco não passa de uma passarela,
entre pessoas enfileiradas sem bancos.
Não imagina as cifras astronômicas
que circulam na ciranda financeira,
em negócios da china econômica,
levando o negócio do bolso em fileiras
a entrar na montanha russa do sobe desce,
em coisas do futuro que poucos conhecem
-não vale o sorriso desta menina!?
Valor humano que tanto me anima.
Gráficos da especulação de ondas
que se quebram na praia da vida.
Vida que fervilha do desejo que há,
entre cada compra e o desejo a continuar.