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Arquivo de abril 2013
Antes de dormir
30/04/13
Antes de dormir,
tomo banho com sabão
glicerinado.
Não é nada de errado.
E o cachorro “negão”
cheira desanimado.
Simples opção,
ser limpo não custa
tão caro.
Lembro quando menino
esperava
minha irmã
passar horas
no seu banho perfumado…
E vinha um amigo:
-Vamos jogar bola?
Para mais tarde
limpar a poeira
num banho reclamado.
E acordar limpo
todo dia de manhã.
Nada, isto é nada!
29/04/13
São quase quatrocentas poesias
Que escrevi
O significa isto?
Tantas letras desordenadas?
Tantas manhãs
Tantas noites
Em momentos quase espontâneos
Nada, isto é nada!
Um simples começo de um poeta?
Meu domínio da linguagem é sofrível
Num querer desenhar com as letras
O que em mim se passa e passou
Pois só escrevo momentos presentes
Ou passados
Guardados no meu poder
De escrever
E tentar mover pensamentos
Que durem
Na memoria
Em linhas imprecisas.
A manhãzinha que clareia
28/04/13
A manhãzinha que clareia…
Não é um simples repetir de dias,
é um mundo que renasce.
Que passe e passe
as horas!
Eu tenho sorrisos de outrora
que o mundo girou no passado.
E alguém diz:
Ah meu Senhor!
Num espreguiçar…
Porque há coisas pequenas que o poeta
não deixa de lado.
Ó vaga penumbra!
25/04/13
Ó vaga penumbra!
Legião das sombras
que o domingo inunda
e o sono que afunda.
Num vale de impaciência
onde o nada se funde
em instantes da existência
que na música desmonte.
O que era letargia do dia
é um descanso recompensado
dos dias antes passados
termine na noite louvor de alegria.
No papel virtual
24/04/13
No papel virtual
o vazio na mente.
A vontade de escrever
consequentemente.
Não é natural
o mover!
De súbito cresce um mar!
Mergulho minha mão
no fundo,
dele arranco um olhar.
Tudo é empírico!
Tudo é natural!
Arranco do mar
o sal.
E Ficou fácil o difícil.
a si mesmo
22/04/13
O ser humano é o ser
mais adaptável do universo,
pelo que sei e quero crer,
adaptamo-nos ao deserto mais
hostil,
aos ambientes mais frios.
As novidades da informática
que torna coisas impossíveis
no mais corriqueiro na vida prática,
nos tumultos das cidades,
nos ônibus e veículos,
que engolem e cospem
pessoas das mais diversas
classes.
Só uma coisa que o ser humano
ainda não se adapta:
a si mesmo,
embora se tenha no seu cotidiano:
computador
internet
celular
televisão
que mastigam como chiclete.
Incutem
na violência da ignorância:
o mesmo erro!
Simples oração
19/04/13
Sedento ajoelhei-me
e fiz uma simples oração:
pedi a Deus
mais compreensão
entre os Homens,
calor humano
que some,
mesa farta em cada
lar,
que os ecologistas
não deixem de lutar,
mais educação
aos jovens e crianças,
que nunca se acabe
a esperança,
que a luz que chega em nossa
casa
não seja de uma usina que arrasa,
mais vergonha aos
políticos,
porque é a humanidade
que corre risco,
que a honestidade
não se dilua como vapor,
que sempre haja amigos
sinceros…
que entre as pessoas
haja mais amor.
Aprendizado na dor
16/04/13
Os seus dedos tocarem o céu
da sua alma no seu corpo,
a sentir o sol ou a chuva
em todos os devaneios
dos desencontros,
o fel
do querer e não poder,
mas
poder querer.
O sentimento do ser
mesmo na dor aguda
e profunda,
um poço vazio,
não é estio,
é o sentimento da dor
que o faz sentir-se humano.
O mais difícil é fazer disso
aprendizado,
na certeza dos sábios,
o refletir
de um espírito renovador.
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Porque a vida
não se resume
num espírito consumista,
como atirar o lixo
da janela
do ônibus,
como um energúmeno.
Caça
10/04/13
Alguns anseiam em morar
em cidade pequena,
mas eu caço
no aglomerado
das pessoas
a vida.
Mesmo na pressa intensa,
isso me faz inspirado
nas trilhas das calçadas
eu me acho;
turbas e turbas pra todo lado
como uns ancestrais das cavernas
em busca da caça.
Eu caço palavras
que planto no sulco
da terra
do cimento armado,
linhas do meio fio.
Como alguém que olha
à margem
miragens
de sentimentos vadios.